Se
eu pudesse dar um conselho a você, pequena menina confusa, perdida, do
olhar cheio de resquícios daquilo que ela cuidadosamente chamaria de
solidão, seria: respire. O mundo de fato não espera por você, mas você,
sim, deve esperar pelo mundo. As coisas chegam prontas no momento exato
em que são precisas, e não exatamente quando você quer. Nem toda dor é a
maior do mundo e fatalmente tudo passa, mesmo
quando o coração parece querer sair pela boca e retumbar por si só o
tamanho daquela saudade. Não sofra antecipadamente. As pessoas, as
situações, os sentimentos, nunca estão terminados. Dê espaço para
algumas reticências, vírgulas e saiba entender um ponto final de coração
tranquilo. Respire. Se quiser ir, vá. Nada no mundo é pior do que
perder uma oportunidade que poderia mudar o rumo de tudo. O sentimento
ainda estará lá quando você acordar, mas esfriar a cabeça antes de bater
o pé impulsivamente aumenta em 90% as chances de uma escolha acertada
ou, pelo menos, de um erro fundamentalmente coerente. Sim, errar
conscientemente faz parte do processo, afinal de contas, foi graças a
tantos tombos afobados e tropeços que mais pareciam quedas de abismos
que hoje você é a mulher que se orgulha de ser. De nada adianta essa
ansiedade e essa sede incontrolável de prever o amanhã, o depois, os
próximos minutos. Tudo pode mudar no infinito de um segundo. O que me
leva a outra questão: responda a mensagem, atenda ao telefone, chame pra
sair, diga que gosta, que odeia, que sente, que precisa, diga qualquer
coisa, para depois não se arrepender do seu silêncio. Respire. Comemore
as vitórias, mesmo que sejam pequenas e delicadas. E, acredite, as
pessoas que se importam permanecem, apesar de. Simples assim.
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