Quantas das suas escolhas recentes foram única
e exclusivamente moldadas por você? Há quanto tempo você não olha para
você mesma? Provavelmente você sempre se enxergou a partir do que o
outro acha que você é. E não que seja algo de anormal.
Nem que eu não faça a mesma coisa – do que prega Freud, meu bem,
ninguém pode fugir. Mas fazer escolhas – ou pelo menos tentar fazê-las –
por si mesmo é necessário. É questão de se permitir ser mais feliz – ou
menos infeliz – sem ligar para o que a vizinhança vai achar. De decidir
o que é lhe é bom e o que não é sem interferência da TV, do site de
fofocas ou da mãe palpiteira. De ser um pouquinho egoísta. Porque quando
a infelicidade bater à porta, você vai culpar o mundo, sua mãe chata,
seu namorado possessivo, sua irmã encrenqueira, seu trabalho maçante,
sua faculdade puxada, sua vizinha fofoqueira, seus amigos intrometidos, o
ônibus lotado, a São Paulo chuvosa, a Marie Claire do mês de abril –
todos aqueles que fizeram escolhas por você. E que o fizeram porque você
permitiu.
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